quarta-feira, 31 de julho de 2013

Ego

E como um bom fracassado, fracassei !
Nos fracassos simples, nos risos simples
E em cada pequeno vazio que insiste 
Em cada vazia vitória




segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Novembro

E com um único golpe
tingiu o céu de vermelho
e desmontou a chorar

 Apegou-se aos cabelos
 que outrora caiam
 e ajoelhou-se

 Era novembro
 e o tempo havia mudado
 como o tempo sempre muda
 como nunca havia de mudar

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Funeral sem Rosto

E foi fraqueza ...
 Como o vendaval subiu
 E me trouxe ao mesmo lugar de antes

 Ao mesmo choro de outrora
 A mesma lamina a cortar
 E ao invés de sangue
 Verteu lágrimas , de um peito ferido

 De um louco partido
 De um mundo que morre quando não sou a causa do sorriso teu

 E me sinto tão fraco
 Que quando me olhei no espelho nada vi
 Apenas um espectro largo e grosseiramente mal feito
 Do que deveria ser uma pessoa

 Ao melodrama , a sorte
 E aos meus amigos declaro mais um vez
 Falência de todas as minhas máscaras de certezas
 Dei-me um funeral ! E que seja meu !

domingo, 25 de março de 2012

Perdão

E como quem nunca olhou , me viu
Perdido entre os campos elísios
onde de outro partido alguém me deixou

Nunca se encantou
nem ao menos prometeu
algum cuidado ou outra qualquer

Sou só desencantos
e perdão se falhei
as flores não mais cheiram
e até o perfume fúnebre se foi

Quando me olhei
e me senti assim ...
tão vazio , quanto o teu olhar
a me olhar

Desculpe-me pelo drama .

sábado, 10 de março de 2012

Arfada insólita

E agora minhas angustias cortam a noite
não por silêncio
ou por algum traço de decepção

Cortam por estarem afiadas
e prontas para decepar
qualquer decrépito espectro de alegria

que de qualquer prisma frágil
possa vir a surgir
dando qualquer brilho vivo as minhas noites
já a muito pouco , tão amargas

Vamos ouvir a canção
ou pouco mais , um pouco menos
enquanto terrenos
os meus desejos
eternos e triste como ultimo arpejo
de uma triste canção

sexta-feira, 9 de março de 2012

Desapego

E quando no pequeno quadro branco
nada se escreve
Quando o sofrimento apático não me veem a cabeça
Quanto tempo falta até de fato transparecer

E quando a morte e simples e rápida
Quando as palavras são como facas
Quando um sorriso já é uma declaração
de quanto se sofre pelo que não se tem

Quando sol se põe e as aparências vão embora
quando o mundo comemora e você chora
existe um outro alguém chamado você
alguém amargurando o sucesso alheio
alguém vivendo entre os espelhos
chorando ao descaso dos lobos

Um sopro que rasga a noite
que perfura as ideologias como uma lamina
e que a tudo quer destruir como uma bomba

A um coração que no silencio chora
como um amigo que vem e vai embora
como um anjo que visita seu coração
sendo a mais pura ilusão

Sou atento , atento demais
aos fracassos , ao erro
ao desejo , eterno e tenro
como a última planta que brota nas enchentes

boa noite lua
boa noite rua
bom de noite vida
vida ?

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Destruidor de Estrelas

Um quarto escuro e muitas emoções
Um aquário invisível dentro do peito
onde aos poucos cria-se um negro peixe
que gera sua própria luz

Amolando os sentimentos como uma lamina
capaz de despedaçar o mais duro dos corações
queria eu ter um escudo

Caminhando com o mundo nas costas
sinto vontade de jogar ao abismo meu coração
lançando junto o teu
para qualquer sofrimento vindouro
torne a te atormentar
como a tanto me atormenta

não desprezo tua dor
apenas enalteço a minha
pois dela sobrevivo
exatamente
a muito deixei de viver

cola tu esses poucos pedaços no chão
se de algo acha que valem
pois para o meu ser
os fracassos estão marcados dentro do peito

e conta tu as palavras
as rimas
e o pouco sobriedade que ainda tenho
e esconde de mim toda e qualquer comunicação
para que em meu êxtase do solidão
não te perfure com minha lamina que tanto guardo

aos meus amigos o meu sincero perdão
é que as vezes não tenho pra quem falar
e meu peito já mais nada suporta

tristeza ... quando não cabe no peito
escorre pelos olhos
e nesse momento de fragilidade
todos os medos me tocam o coração
consumindo o pouco de sanidade
ainda presente


leva-me logo
pois ao vazio seria melhor
de que na terra o inferno viver