domingo, 25 de março de 2012

Perdão

E como quem nunca olhou , me viu
Perdido entre os campos elísios
onde de outro partido alguém me deixou

Nunca se encantou
nem ao menos prometeu
algum cuidado ou outra qualquer

Sou só desencantos
e perdão se falhei
as flores não mais cheiram
e até o perfume fúnebre se foi

Quando me olhei
e me senti assim ...
tão vazio , quanto o teu olhar
a me olhar

Desculpe-me pelo drama .

sábado, 10 de março de 2012

Arfada insólita

E agora minhas angustias cortam a noite
não por silêncio
ou por algum traço de decepção

Cortam por estarem afiadas
e prontas para decepar
qualquer decrépito espectro de alegria

que de qualquer prisma frágil
possa vir a surgir
dando qualquer brilho vivo as minhas noites
já a muito pouco , tão amargas

Vamos ouvir a canção
ou pouco mais , um pouco menos
enquanto terrenos
os meus desejos
eternos e triste como ultimo arpejo
de uma triste canção

sexta-feira, 9 de março de 2012

Desapego

E quando no pequeno quadro branco
nada se escreve
Quando o sofrimento apático não me veem a cabeça
Quanto tempo falta até de fato transparecer

E quando a morte e simples e rápida
Quando as palavras são como facas
Quando um sorriso já é uma declaração
de quanto se sofre pelo que não se tem

Quando sol se põe e as aparências vão embora
quando o mundo comemora e você chora
existe um outro alguém chamado você
alguém amargurando o sucesso alheio
alguém vivendo entre os espelhos
chorando ao descaso dos lobos

Um sopro que rasga a noite
que perfura as ideologias como uma lamina
e que a tudo quer destruir como uma bomba

A um coração que no silencio chora
como um amigo que vem e vai embora
como um anjo que visita seu coração
sendo a mais pura ilusão

Sou atento , atento demais
aos fracassos , ao erro
ao desejo , eterno e tenro
como a última planta que brota nas enchentes

boa noite lua
boa noite rua
bom de noite vida
vida ?